“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Lucas 1, 26-38.
A solenidade da Anunciação do Senhor é a celebração do grande mistério cristão da Encarnação do Verbo de Deus. A data de 25 de Março está em função do Nascimento de Jesus, que é celebrado exatamente nove meses depois. A catequese sempre fez coincidir a Anunciação e a Encarnação. Estes mistérios começaram a ser celebrados liturgicamente provavelmente depois da edificação da basílica constantiniana sobre a casa de Maria, em Nazaré, no século IV. A celebração no Oriente e no Ocidente data do século VII. Durante séculos, esta solenidade teve sobretudo carácter mariano. Mas Paulo VI devolveu-lhe o título de “Anunciação do Senhor”, repondo o seu carácter predominantemente cristológico, “celebração (que) era e é festa de Cristo e da Virgem: do Verbo que se torna filho de Maria e da Virgem que se torna Mãe de Deus
Lectio
ÀS DUAS SOLENIDADES JÁ RECORDADAS, A IMACULADA CONCEIÇÃO E A MATERNIDADE DIVINA, DEVEM ACRESCENTAR-SE AINDA AS ANTIGAS E VENERANDAS CELEBRAÇÕES DE 25 DE MARÇO E DE 15 DE AGOSTO. PARA A SOLENIDADE DA ENCARNAÇÃO DO VERBO, NO CALENDÁRIO ROMANO, COM MOTIVADA DECISÃO, FOI REATADO O TÍTULO ANTIGO “ANUNCIAÇÃO DO SENHOR”; NO ENTANTO, A CELEBRAÇÃO ERA E CONTINUA A SER FESTA, CONJUNTAMENTE, DE CRISTO E DA VIRGEM MARIA: DO VERBO QUE SE TORNA “FILHO DE MARIA” (MC 6,3) E DA VIRGEM QUE SE TORNA MÃE DE DEUS. RELATIVAMENTE A CRISTO, O ORIENTE E O OCIDENTE, NAS INEXAURÍVEIS RIQUEZAS DAS SUAS LITURGIAS, CELEBRAM TAL SOLENIDADE EM MEMÓRIA DO “FIAT” “SALVÍFICO” DO VERBO ENCARNADO, QUE AO ENTRAR NO MUNDO DISSE: “EIS-ME, EU VENHO… PARA FAZER, Ó DEUS, A TUA VONTADE” (HB 10,7; SL 39,8-9); EM COMEMORAÇÃO DO INÍCIO DA REDENÇÃO E DA INDISSOLÚVEL E ESPONSAL UNIÃO DA NATUREZA DIVINA COM A HUMANA NA ÚNICA PESSOA DO VERBO. RELATIVAMENTE A MARIA, POR SUA VEZ, É CELEBRADA COMO FESTA DA NOVA EVA, VIRGEM OBEDIENTE E FIEL, QUE, COM O SEU “FIAT” GENEROSO (CF. LC 1,38), SE TORNA, POR OBRA DO ESPÍRITO SANTO, MÃE DE DEUS, MAS AO MESMO TEMPO TAMBÉM, MÃE DOS VIVENTES, E, AO ACOLHER NO SEU SEIO O ÚNICO MEDIADOR (CF.1TM 2,5), VERDADEIRA ARCA DA ALIANÇA E VERDADEIRO TEMPLO DE DEUS; ADEMAIS, EM MEMÓRIA DE UM MOMENTO CULMINANTE DO DIÁLOGO DE SALVAÇÃO ENTRE DEUS E O HOMEM, E EM COMEMORAÇÃO DO LIVRE CONSENTIMENTO DA SANTÍSSIMA VIRGEM E DO SEU CONCURSO NO PLANO DA REDENÇÃO.
Marialis Cultus P 6 – São Paulo VI
O mistério celebrado é a conceição do Filho de Deus no seio da Virgem Maria. Na basílica nazaretana da Anunciação, diante do altar, há uma placa de mármore que os peregrinos beijam com emoção e onde está escrito: “Aqui de Maria Virgem fez-se carne o Verbo”.
No texto da Carta aos Hebreus, o hagiógrafo refere ou interpreta a anunciação de Cristo; no texto de Lucas, o evangelista narra a anunciação a Maria. Cristo toma a iniciativa de declarar aquilo que Ele mesmo compreende; Maria recebe uma palavra que vem de fora de si mesma, uma palavra cheia de propostas de um Outro. O paralelismo transforma-se em coincidência na explicitação da disponibilidade de ambos para fazerem a vontade divina; é uma disponibilidade separada por qualidade e quantidade de consciência, mas que converge na finalidade de obediência total ao projeto de Deus: Ecce venio, ecce ancilla, eis-me aqui! Eis a serva!
A atitude de obediência irá aproximar a mãe e o filho, Maria “anunciada” e Jesus Cristo “anunciado”. Ambos pronunciam o seu «Eis-me aqui!». Ambos se exprimem com voz quase idêntica: «faça-se em mim segundo a tua palavra», «Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade». Ambos entram na fisionomia de «serva» e de «servo» do Senhor. Esta sintonia encoraja os discípulos à disponibilidade para servir a palavra de Deus, porque o próprio Filho de Deus é servo e porque a Mãe de Deus é serva; ambos são servos de uma palavra que salva quem a serve e que traz salvação.
Os Sacerdotes do Coração de Jesus são chamados a viver a espiritualidade oblativa, a fazerem da sua vida e obras uma oferta de amor que se concretiza, em primeiro lugar, na disponibilidade para cumprir a vontade de Deus, mesmo quando ela exige renúncia, sacrifício. Unem-se à oblação perfeita de Cristo ao Pai com o sacrifício das suas vidas, “como oblação viva, santa e agradável a Deus” (cf. Rom 12, 1), a realizar-se na contemplação e no apostolado (cf. Cst nn. 24 e 58).
Salve Santa Maria, serva humilde do Senhor, mãe gloriosa de Cristo! Salve, Virgem fiel! Ensina-nos a ser dóceis ao Espírito. Ensina-nos a viver em atitude de escuta da Palavra, atentos às suas inspirações e às suas manifestações na vida dos irmãos, nos acontecimentos da história, no gemido e no júbilo da criação. Virgem da escuta, virgem orante, acolhe as súplicas dos teus servos. Ajuda-nos a abandonar-nos ao Senhor, a unir-nos ao Ecce venio de Jesus e ao teu Ecce ancilla. Ajuda-nos a compreender que já não podemos ter outra vontade que não a do Pai, outra regra que não seja a do Pai. Que, em cada instante, procuremos a vontade de Deus e nos conformemos a ela (cf. Leão Dehon, OSP 3, p. 329).
Dehonianos
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