A respeito do sinal da cruz na testa, boca e coração, que fazemos antes da leitura do Evangelho na missa, surgem algumas dúvidas e muitos confundem este sinal com o que a Igreja chama de “Persignar-se”, que é benzer-se fazendo três sinais de cruz com o polegar (ou três dedos): um sobre a testa, outro sobre a boca e outro sobre o peito.
Muitos fazem o sinal da cruz desta forma e repetem consigo esta frase: “Pelo sinal da santa cruz, livrai-nos do mal...”, ou alguma semelhante. Isto é o que se chama PERSIGNAR-SE, um gesto que se faz em momentos de medo, angústia, ansiedade, aflição, etc.
As normas expostas no Missal Romano, quando se explica o comportamento indicado para o momento da proclamação do Evangelho, estabelece-se que o diácono ou o sacerdote que anuncia a Palavra, depois de ter feito o sinal da cruz sobre a página do Lecionário, deve fazê-lo também sobre a testa, sobre os lábios e sobre o coração.
O sinal da cruz triplo também é feito pela assembleia. E tudo isso não pode ser considerado como mero ritual, mas um forte convite que a Igreja faz, sublinhando a grande importância dada ao Evangelho.
Na hora do Evangelho, o sentido do sinal, no entanto, foge desse sentido e é feito para receber a palavra que será proclamada: com a inteligência (sinal na fronte), para anunciá-la (sinal na boca); e no coração (sinal no peito), para que ela esteja sempre conosco em nossa vida; e aqui não importa que frases se digam.
Há muita confusão, no entanto, entre o sinal da cruz normal, na testa, no coração, do lado esquerdo e direito. Que é tradição na Igreja, com outro sentido: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. O Pai é o “cabeça”, está na nossa mente e inteligência, o Filho é amor, está no nosso coração, e o Espírito Santo nos envolve feito um manto, de ambos os lados do nosso ombro. Há quem diga, no entanto, que o sinal do meio, desce além do meio do peito até o início do estômago, pois Cristo está em nosso âmago.
Podemos “persignar-nos” no momento e quando acharmos necessário, mas, lá, na hora da missa, quando falamos “Evangelho de Jesus Cristo segundo…”, o sinal na fronte, boca e coração, é para acolher a PALAVRA, com a mente , com a boca e o coração. E é isso que se deve ensinar aos catequizandos. “Que a Palavra do Senhor entre em minha mente, saia pela minha boca e permaneça no meu coração.” Esse seria o correto a se pensar ou dizer no momento, mas, o que falar ou recitar na hora é o de menos, importa que eles saibam o sentido do gesto.
Sobre isso, encontramos nos escritos de São Gaudêncio de Bréscia (Bispo do Século IV, um dos patriarcas da Igreja), o seguinte: “Esteja a Palavra de Deus e o sinal da cruz no coração, na boca e na fronte. Em meio à comida, em meio à bebida, em meio às conversas, nas abluções, nos leitos, nas entradas, nas saídas, na alegria, na tristeza“. Apesar de ser na ordem inversa da que é utilizada hoje, esse texto ilustra a inegável relação entre a Palavra de Deus e o sinal da cruz.
Nossa Igreja é muito rica em história e tradições, muitas coisas herdamos dos Santos Padres da Igreja: Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Tomás e muitos outros. O que acontece ao longo do tempo, é que o povo vai “adaptando” e modificando conforme suas “necessidades” pessoais e da comunidade. São as chamadas “crendices populares”.
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