As redes sociais que deveriam proporcionar uma aproximação entre as pessoas, na verdade aproximou-se de forma superficial dos que estão longe e acabam afastando daqueles que estão à nossa frente. Estas estão deixando a sociedade cega, surda e muda.

Cega, porque as pessoas não olham mais para o futuro, não pensam em si, não refletem como deveriam refletir e não conseguem enxergar aquilo que precisa ser enxergado. Surda, porque não conseguem ouvir mais a voz dos filhos, da mulher ou do marido e de amigos. Muda, porque não conseguem comunicar com aqueles que estão a sua frente.

Percebe-se que o uso em excesso faz com que as pessoas percam a sensibilidade e não consigam ver a presença de Deus na vida dos irmãos, dos pobres, dos fragilizados e marginalizados. Não conseguem ouvir a voz da sabedoria de pessoas simples, que ajudam a enxergar o mundo de outra forma, através do seu testemunho. E não conseguem falar com os que estão próximo, pois as rizadas são apenas os “kkkk” e os abraços são enviados e não mais dados.

O mundo encontra-se em profunda carência de atenção, afeto e amor. Para isso é necessário tomar consciência de que são as pessoas que devem usar as redes sociais e não estas usarem as pessoas.

Iludem-se com uma falsa sensação de felicidade, no qual a realidade não condiz com o que é. As postagens são maravilhosas, mas a realidade é outra, até porque se trata de seres humanos, e estes são cheios de defeitos e cometem erros, a vida não é perfeita para ninguém.

Entenda que a vida não é virtual, que você não é feito de emotions, e muito menos digital. Você é humano, precisa de beijo, abraço, cheiro, toque, dar rizadas e chorar. Você necessita de gente.

As redes sociais são importantes, mas não permita que ela faça de você um escravo. Todos tem o direito de ver, ouvir e comunicar. Portanto compartilhe seus momentos incríveis, mas não se iluda achando que a vida é só isso.

Robert Henrique 

Seminarista no Seminário Dom Helder Câmara – SVD