Nos últimos tempos temos assistido com perplexidade ao enorme número de catástrofes ambientais ceifando a vida de milhares de pessoas no mundo inteiro. Pobres e ricos, cristãos e não cristãos, céticos e ateus diante da mesma sensação de impotência.  A mesma sensação gerada por atrocidades, como as guerras, os conflitos políticos, as injustiças sociais, a fome a miséria e assim por diante.

Porém, há algo que podemos afirmar com alegria e esperança. A humanidade ainda se sensibiliza diante da fraqueza humana. As pessoas se unem, esquecendo suas diferenças. Organizações, celebridades, governos e as pessoas comuns se mobilizam em prol de vítimas nos mais distantes lugares. Mas serão necessárias as catástrofes para que nosso senso de humanidade seja desperto? Por que no dia a dia esbarramos no egoísmo e no individualismo? Por que pessoas são capazes de mandar água, mantimento para pessoas tão distantes, e muitas vezes estão cegas às necessidades de sua própria comunidade social?

A cultura da solidão tem enfraquecido a cultura da solidariedade, a cultura do egoísmo tem sufocado a cultura da partilha. Às vezes temos a sensação de ver estabelecida a cultura da desumanização. A partilha e a solidariedade, assim como o amor são próprias do ser humano.

 EXEMPLOS CONCRETOS

O que mais admiramos em pessoas como Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, São João da Cruz, São Francisco de Assis, Zilda Arns e tantos outros santos reconhecidos ou não, é exatamente a riqueza que estes manifestam com suas vidas ao se despojarem de tudo e irem ao encontro da pobreza. A eles elas são dadas a graça da revelação do Deus Amor. Todo aquele que partilha de modo solidário, gratuito, como nos ensina São Paulo em sua Segunda Carta à comunidade de Corinto, é mergulhado na graça da revelação.

Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para comer, vos dará rica sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça.

De que forma podemos exercitar nosso coração a partilha solidária?

Em nossa vida familiar – criando oportunidades de convivência. Ouvindo e estando atento às necessidades de cada um.

No ambiente de trabalho – realizando tarefas e desenvolvendo relacionamentos com a mesma intensidade e zelo.

Na comunidade Igreja – por meio da Pastoral da partilha (Dízimo) e participando de atividades que promovam a dignidade humana.

 Mas vai me fazer falta?

Vejamos o que nos ensina São Paulo:

Quando se dá de bom coração segundo as posses (evidentemente não do que não se tem), sempre se é bem recebido. Não se trata de aliviar os outros fazendo-vos sofrer penúria, mas sim que haja igualdade entre vós. Nas atuais circunstâncias, vossa abundância supra a indigência daqueles, para que, por seu turno, a abundância deles venha a suprir a vossa indigência. Assim reinará a igualdade, como está escrito: O que colheu muito, não teve sobra; e o que pouco colheu, não teve falta (Ex 16,18).  2Cor 8,12-15

Há uma máxima entre empresários, de que se você deseja enriquecer deve fechar a mão. A economia é uma virtude não somente no universo financeiro, mas também religioso. Saber com o que gastar, não mergulhar no luxo desnecessário enquanto milhões padecem com a falta do básico para a sobrevivência, é pecado social. Mas ser econômico não é ser avarento. Mesquinhez nada tem haver com ser prudente.

 Veja que fato interessante. Empresários dispendem fortunas para verem seus negócios espalhados no mercado mundial.  Madre Teresa, ao invés de acumular bens, se desfez deles, e foi com pobreza viver com os miseráveis. Sua congregação religiosa está presente no mundo inteiro e a frente de centenas de hospitais e outras organizações de socorro às pessoas. Uma Instituição próspera que nasceu a partir da partilha solidária.

A verdadeira riqueza não é aquela que pode ser acumulada, contabilizada, mas sim aquela que se percebe na distribuição a todos. Pois no convívio social, a igualdade de oportunidades, a diginidade à vida, aos direitos humanos é que produzem a verdadeira prosperidade.

Difícil explicar o que o amor promove nos corações. É preciso amar. Difícil explicar o que se é revelado na Partilha. É preciso partilhar. Há riquezas escondidas em nossas almas e que aguardam nossas ações para se manifestarem. Faça a sua experiência. Não deixe para aprender com as catástrofes. Aprenda com  o Mestre Jesus. “Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza” (2Cor 8,9).

O mundo tem milhares de justificativas e argumentos para que você se torne uma pessoa avarenta, egoísta e sem fé. Fechada para as outras pessoas e tornando-nos carcereiros e, ao mesmo tempo, os encarceirados. Não é a quantidade de dinheiro na conta bancária que indica quão rica é uma pessoa. Mas sim, a liberdade da Graça que cada um possa viver.

Há segredos que só nos são revelados na prática da partilha. Mistérios com capacidade de nos descortinar horizontes da felicidade e da paz.

4 valores humanos que nos tornam pessoas melhores

  1. Não tema a caridade, ela é chave que abre o cofre da sabedoria e da prosperidade;
  2. Não tema ser dizimista, pois esta é uma prática de solidariedade que promove o bem comum na comunidade em que se vive e revela nossa humanidade;
  3. Não tema amar e ser amado(a), porque Deus é o Amor e quem ama, está com Ele e Nele;
  4. Não tema nenhuma revelação que venha de Deus, pois ela nos auxilia a encontrar o caminho a verdade e a vida.

Aristides Luis Madureira é Graduado em Comunicação, com Especialização em Direção de TV, Diretor da Editora A Partilha, há 20 anos implantando e revigorando a Pastoral do Dízimo no Brasil. Autor de várias obras sobre o dízimo e a oferta, dentre elas: “Pastoral da Partilha Manutenção”, “Dízimo e as obras de misericórdia”, publicados pela Editora A Partilha.

Site: www.editoraapartilha.com.br

Contato: aristides@editoraapartilha.com.br