Dois discípulos de Jesus pediram ao Mestre que os deixassem posicionados à sua esquerda e à sua direita, mostrando assim como eram dominados pela lógica do poder. Buscaram estar em posição de destaque, em lugar conquistado com facilidade solicitada ao Mestre. Os outros dez discípulos ficaram indignados com os filhos de Zebedeu, o que revela a mesma mentalidade comprometida, pois reagiram cultivando sentimentos que apequenam a estatura espiritual e humana. Dessa narrativa bíblica, é possível perceber o desejo de galgar lugares pelo caminho considerado mais fácil e, também, a indignação que comprova o clima de disputa presidindo corações e relacionamentos humanos. Atualmente, a cultura fomenta o entendimento de que tudo pode ser conseguido com facilidade. Por isso mesmo, há o vício das facilitações, que produzem comprometimentos muito sérios e perpetuam prejuízos.
Eis a fonte da corrupção, seja em maior ou menor escala, com perdas incalculáveis. A “cultura da facilidade”, fortalecida pela “cultura do descartável”, amparada por práticas mesquinhas, envenena o ritmo da vida, cada vez mais presidida pela perversidade. Roubar o erário, “passar o outro para trás”, dizer mentiras e cultivar olhar indiferente ante a realidade dos que sofrem é ser perverso. Trata-se de patologia e de desvio grave no exercício da cidadania. Uma doença que precisa de remédio. Muitos indicarão saídas que não produzem transformações profundas. “Soluções” que apenas mascaram o problema e, assim, impedem o desabrochar humano, criação de Deus, expressão maior do amor recíproco.
Jesus aponta, pelo diálogo paciente e com força pedagógica, qual é o remédio que pode curar o mal que está na raiz dos descompassos da sociedade contemporânea. Trata-se de exigência que precisa se tornar prática cotidiana, na regência de gestos – grandes e pequenos -, escolhas e discernimentos. No diálogo com os filhos de Zebedeu, o Mestre lhes faz uma importante pergunta. Eles estariam dispostos a receber o mesmo batismo de Jesus e beber também do seu cálice? A resposta é intempestivamente positiva, pois não mediram o alcance do compromisso proposto. Ora, o batismo e o cálice de Jesus se referem à sua experiência radical e amorosa de se oferecer, incondicionalmente, para que prevaleça o bem. Isso inclui sofrimentos e dores, que encontram sentido e razão ao produzirem, pela dinâmica da oferta, a possibilidade de se fazer o bem, defender a justiça, promover a paz.
O desenvolvimento e a prática diária de compreender a própria vida como altar de oferta para o bem dos outros é o único lugar que se deve desejar ocupar. A busca desse “status” tem como inspiração o exemplo de Cristo, que lembra: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. O lugar a ser, portanto, desejado e ocupado é um só: o de servidor. Aí, nesse lugar, se conquista despretensiosamente o poder, torna-se grande por se colocar a serviço de todos.
Esse remédio indicado por Cristo, quando “tomado”, produz grande efeito. Está na contramão das lógicas aprendidas e praticadas “das facilidades”, que impedem os gestos de oferta. Fortalecer o entendimento de que todos devem ser servidores é solução única para dar novo caminho à sociedade contemporânea, para que a Igreja exerça de modo mais fecundo a sua dimensão missionária e para devolver paz interior, serenidade e qualificada cidadania. O primeiro passo é admitir que o Mestre tem razão e nos ensina a lógica de Deus. Depois, é preciso esforço diário para combater os desajustes e desejos tortos que configuram o coração humano. Em vez de “à esquerda ou à direita”, cada pessoa deve aprender a querer ocupar o lugar de servidor.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
Publicado originalmente na revista eletrônica Opinião e Notícias – Arquidiocese de BH
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