O que determina a paz no barco, não é a ausência da tempestade lá fora, mas a presença de Jesus do lado de dentro”.
“Tudo posso Naquele que me fortalece”. (Filipenses 4,13)

Dia destes li um artigo científico onde havia um alerta para a população, sobre o crescente aumento do número de pessoas que sofrem de depressão, e infelizmente, a previsão é que este número cresça de forma absurda nos próximos anos. Dói imaginar que serão nossos netos, bisnetos, tataranetos, etc…
Fala-se muito em epidemias que fisicamente se manifestam (dengue, H1N1, Zika, etc.), divulga-se em grande escala os cuidados e precauções, claro que que é necessário e preocupante, o indivíduo com os sintomas aparentes apresasse a procurar um médico, atitude correta. Por que não fazemos o mesmos com as doenças que acometem o psiquismo? Por que esperamos que cresçam e tornem nossas vidas complicadas e conflituosas até buscarmos ajuda necessária?
Enquanto isto, aumentam o número de vendas de medicação e remédios, que em alguns casos, são sim, fundamentais (devemos ter muita atenção e responsabilidade com nossa saúde, e procurar um especialista da área antes de tomar ou ingerir medicação, bem como, antes de interromper medicação, pois ambos podem causar efeitos colaterais perigosos e indesejáveis). No entanto, os efeitos dos remédios são passageiros, dopam o problema, e a causa da depressão apenas adormece, a espera de outro gatilho para aparecer e te consumir novamente. Infelizmente é o que a maioria das pessoas fazem.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) organização mundial que tem por objetivo regularizar, entre outras coisas, as questões relacionadas a saúde e bem estar da humanidade no mundo, o conceito de saúde não diz respeito apenas a falta de doença, mas: ” É um estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”, ou seja ela preocupa-se com o todo, no que diz respeito a saúde do ser humano, inclusive o mental. E o quadro em relação a depressão é assustador.
Segundo Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada entre agosto de 2013 a fevereiro de 2014, pelo Ministério da Saúde em Parceria com o IBGE, de 11 milhões e pessoas com a doença no Brasil (7,6 da população) dentre os que afirmaram receber diagnóstico, 52% usam somente medicação, 16, 4%, apenas fazem psicoterapia e 46,4% receberam alguma assistência médica (Fonte: Revista Guia minha Saúde – Tudo sobre depressão, Ansiedade e Insônia – Junho 2015). Devemos ter estes dados como um alerta, para que esta doença silenciosa e traiçoeira, e segundo a OMS, a doença de ordem mental mais “comum” e considerada o mal do século não se propague assim tão rapidamente. Para muitos profissionais da área, infelizmente, os familiares e amigos, muitas vezes a confundem com tristeza ou frescura.
São 400 milhões de pessoas de todas as idades, sexo, raça. São dados alarmantes e preocupantes , considerando que nossa população tem grandes capacidades e habilidades físicas ativas e saudáveis fisicamente.
A depressão é uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza contínua, melancolia excessiva, desânimo constante ou sazonal ( mas frequente), falta de confiança no futuro (desesperança), bem como nas próprias possibilidades/habilidades e pela certeza que ninguém pode ajudar, incapacidade de sentir prazer em atividades que antes gostava de realizar, pensamentos negativos, sensação de desamparo, etc. A cadeia de sintomas de um quadro depressivo é extensa, por isto faz-se essencial o diagnóstico de um profissional da área e um acompanhamento adequado, constante e assertivo.
Existem formas de preveni-las ou amenizá-las, mas ainda assim, persistindo os sintomas, procure um profissional qualificado para auxiliá-lo. Seguem-se algumas dicas:
-Fazer alguma atividade física: conhecido antidepressivo natural. Promove o aumento da serotonina no cérebro, o que aumenta a sensação de bem estar e auto estima;
-Ocupar-se: use seu cérebro de forma saudável e produtiva, motive-o a enxergar suas potencialidades;
-Meditação e relaxamento: Reaprenda a respirar, respirar corretamente aumenta a oxigenação no cérebro melhorando a capacidade do mesmo de pensar e acalmar-se;
-Procure ter pensamentos positivos: esta atitude pode modificar a forma com que seu cérebro está “acostumado” a enxergar as situações.
– Converse com amigos/divirta-se: Fazer o que lhe causa bem estar ajuda a manter seu humor melhor e estabilizado.
– Procure uma ajuda profissional: Se a sensação de prostração e humor continuam baixas bem como causando dificuldades em suas relações sociais e profissionais, é hora de procurar ajuda de alguém que com conhecimento técnico no assunto o oriente e informe.

O mais importante, é procurar estar em paz consigo mesmo, e confiar em Deus, permitindo que aqueles instrumentos que ele colocou a sua disposição, sejam portas de entrada para a sua paz e tranquilidade.

Lara Reis 2Lara Reis 

Psicologa e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional 

larac.reis@ibest.com.br