QUINTA-FEIRA SANTA: PREPARATIVOS E SUGESTÕES PASTORAIS
O que é necessário preparar?
Espaço da celebração: ornamentação que expresse alegria. Onde for possível, disponha-se a assembléia ao redor da mesa (altar). Essa disposição indicará visualmente uma comunidade de irmãos que se congregam ao redor de Cristo.
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Mesa com toalha branca.
Pão e vinho. Perto do altar, coloquem-se em destaque o pão e o vinho: pão vistoso, representando o corpo de Cristo; uma jarra transparente com vinho tinto, representando o sangue de Cristo. Esse pão e esse vinho não deverão ser consagrados; apenas recordam a última ceia de Jesus. No final da celebração, o pão e o vinho poderão ser repartidos entre os participantes.
Bacia, jarra com água, toalha e, eventualmente, um avental que o sacerdote usará no rito do lava-pés. Pessoas para o lava-pés. As pessoas, cujos pés serão lavados, devem comparecer com antecedência ao local da celebração.
Turíbulo e naveta com incenso.
Véu umeral para a transladação do Santíssimo no tabernáculo.
Paramentos brancos para o sacerdote e os ministros.
Capela, devidamente ornada, para a reposição do Santíssimo.
Cânticos. Os cânticos sejam preparados com antecedência e adequados a cada momento da celebração (entrada, glória, lava-pés, transladação do Santíssimo…).
Leituras. As leituras devem encontrar-se devidamente assinaladas no lecionário. E que as pessoas escolhidas para a proclamação da Palavra cheguem com antecedência ao local da celebração.
Missal Romano. Marcar a “Missa vespertina da Ceia do Senhor”, o prefácio da Santíssima Eucaristia e outras partes da celebração.
Aspectos simbólicos e sugestões pastorais
Dar a toda a celebração uma tonalidade alegre, pois Jesus, antes de sofrer, desejou ardentemente comer esta ceia pascal com seus discípulos (cf. Lc 22,15) e, ao revelar importantes mistérios do Reino, disse-Ihes: “Eu vos digo isto para que a minha alegria esteja em vós, e vossa alegria seja plena” (Jo 15,11).
Glória. Para dar maior brilho e solenidade ao canto do Glória, pode-se acompanhá-Io com o repicar da campainha e o toque do sino.
Deposição da casula. O sacerdote, antes de proceder ao lava-pés, retira a casula ou a estola e veste o avental. Está pronto para o serviço. Depois do lava-pés, o sacerdote retira o avental e novamente reveste-se da casula ou estola. Cada gesto deve ser realizado com calma e dignidade, diante de toda a assembléia.
Lava-pés. Na escolha das pessoas para esse rito, é sempre conveniente salientar os serviços mais humildes na comunidade. Os convidados para o lava pés sejam postos em lugar visível a toda a assembléia. O sacerdote-presidente, além de lavar e beijar um dos pés de cada “apóstolo”, pode também dar-lhe um efusivo abraço. São gestos que expressam simbolicamente a profunda afeição de Jesus por nós. As comunidades costumam ser criativas, podendo usar outras modalidades para o rito do lava-pés. Importante é que o façam com dignidade e concentração, imaginando quais seriam os sentimentos de Jesus nesse momento.
Procissão das oferendas. Pode-se organizar uma procissão dos fiéis, com donativos para os pobres. Esse gesto realça o amplo sentido da eucaristia e o mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Comunhão sob as duas espécies. É recomendável que, à medida do possível, todos comunguem sob as espécies do pão e do vinho: é a forma de vivenciar mais profundamente o rito realizado na última ceia.
Procissão para a transladação do Santíssimo Sacramento. Transladar quer dizer transportar de um lugar para outro. O Santíssimo Sacramento será guardado num tabernáculo fechado. Não se deve fazer exposição com o ostensório. O pão eucarístico aí é guardado para a comunhão que será distribuída na Sexta-feira da paixão do Senhor. Usar incenso.
Desnudamento do altar. Simboliza o despojamento de Jesus na cruz. Após breve momento de adoração silenciosa ao Santíssimo, o sacerdote e os ministros voltam à sacristia. Retiram-se as toalhas do altar e, se possível, também as cruzes da igreja.
LITURGIA DA QUINTA-FEIRA SANTA
Na “missa vespertina da Ceia do Senhor”, celebramos a instituição da eucaristia, a instituição do sacerdócio e o mandamento do Senhor sobre a caridade fraterna.
Quatro são os momentos principais que constituem a celebração da missa vespertina da ceia do Senhor:
a) Liturgia da Palavra
Primeira leitura (Ex 12,1-8.11-14). O trecho bíblico recorda a celebração pascal dos judeus. Mediante a realização da ceia pascal, os judeus faziam memória, isto é, tornavam presente o grande acontecimento do Antigo Testamento: a passagem da escravidão do Egito para a liberdade. Esse texto servia de base ao rito da Páscoa, no tempo de Jesus. Ilustra o que ele fez na véspera de ser imolado em favor de toda a humanidade. A tradição cristã viu no cordeiro pascal imolado a própria figura de Jesus, de quem João Batista havia dito: “Eis o cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
Segunda leitura (1Cor 11,23-26). Escrevendo aos coríntios, Paulo recorda-Ihes a tradição que ele havia recebido do Senhor. Trata-se da narrativa da instituição da eucaristia na última ceia de Jesus com seus discípulos. As palavras escritas por São Paulo, no primeiro século do cristianismo, são fundamentalmente as mesmas que o sacerdote pronuncia hoje na missa.
Evangelho (Jo 13,1-15). Jesus vive conscientemente o momento de sua passagem para o Pai. Embora seja o Senhor e o Mestre, Jesus apresenta-se como servo, e indica com clareza as exigências para a participação da eucaristia. Suas palavras são reforçadas pelo exemplo de serviço.
b) Lava-pés
O celebrante repete o gesto de Jesus, que lava os pés dos apóstolos. A ação simbólica manifesta que Jesus se coloca como servo num ato de amor e de serviço para com os apóstolos, e recomenda que se faça o mesmo entre os irmãos. Não ordena que se repita um rito, mas fazer como ele fez o que significa refazer, em todo tempo e em toda comunidade, gestos de serviço mútuo, por meio dos quais se torne presente o amor supremo de Cristo pelos seus (“amou-os até o fim”)
c) Liturgia eucarística
O que se põe em destaque é o memorial da instituição da eucaristia neste dia, reforçado pelo prefácio da eucaristia e por outras orações: coleta, oração sobre as oferendas e oração depois da comunhão.
d) Transladação do Santíssimo Sacramento
Terminada a missa, Jesus eucarístico é conduzido solenemente até o altar da Reposição, que é o ato de recolocar Jesus no tabernáculo. As sagradas espécies eucarísticas para a comunhão do dia seguinte permanecem aí para a adoração dos fiéis.
QUINTA-FEIRA SANTA: PONTOS DE REFLEXÃO
(No início do encontro, podem ser lidos os textos bíblicos e as orações da missa vespertina da quinta-feira santa.)
Com base nas leituras bíblicas e orações da missa vespertina da quinta-feira santa, proponho alguns pontos de reflexão. Quanto mais aprofundarmos o sentido da celebração, mais condições teremos de participar dela ativamente. E as pessoas escaladas para o serviço do altar certamente vão atuar com mais concentração e dignidade.
A novidade de Jesus
Ao celebrar a Páscoa, os judeus faziam memória da ocasião em que foram libertados da escravidão do Egito. Louvavam a Deus com salmos e orações, consumiam pão sem fermento, ervas amargas e um cordeiro; como bebida, tomavam algumas taças de vinho. Qual é a novidade que Jesus traz para a última ceia? Jesus dá novo sentido ao pão e ao vinho. Com efeito, ele toma o pão, e diz aos discípulos: “Isto é o
meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim”, e depois parte o pão e o reparte entre os discípulos. Em seguida toma uma taça com vinho e diz: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim” (lCor 11,24-25). Jesus realiza ritualmente o que deverá acontecer realmente na cruz: o pão é seu corpo, que será entregue; o vinho é seu sangue, que será derramado em favor de todos, como memorial da nova e eterna aliança. Jesus faz-se alimento espiritual para nós. Ele, que conhece profundamente os anseios do coração humano, dispõe-se a entrar em nosso organismo, em nossa vida, em nossa história cotidiana, sob os sinais do pão e do vinho.
Instituição do sacerdócio ministerial
A eucaristia não é um ato fechado, limitado às quatro paredes do cenáculo e ao grupo dos apóstolos; ao contrário, ela se abre para todos os tempos e gerações. Paulo dizia: “Todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha” (lCor 11,26). E repetia:
“Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19). Aqui nasce a instituição do sacerdócio ministerial. Os sacerdotes, conforme a Constituição dogmática sobre a Igreja, “exercem seu ministério sagrado principalmente no culto ou assembléia eucarística, onde, agindo na pessoa de Cristo e proclamando seu mistério, juntam as orações dos fiéis ao sacrifício de Cristo, sua cabeça, e no sacrifício da missa renovam e aplicam, até a vinda do Senhor, o único sacrifício do Novo Testamento… (LG 28). Por isso, diz-se que a quinta-feira santa é também o dia do sacerdote.
O mandamento do amor
No contexto da última ceia, após lavar os pés dos discípulos, Jesus nos deixa o mandamento do amor:
“Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (Jo 13,34). Amor que se expressa no serviço aos irmãos e irmãs: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,35).
Atitude de humildade e serviço
Jesus abaixa-se diante de cada apóstolo para lavar-lhe os pés. Esse gesto nos toca profundamente:
Deus abaixa-se para erguer o ser humano. Esta lição de humildade nos convida a ser gratos a Deus e a servir nossos semelhantes.
Todos somos iguais e filhos do mesmo Pai
Jesus não seguiu nenhuma hierarquia para começar a lavar os pés dos apóstolos; e também não
excluiu nenhum deles, nem mesmo o traidor. Isso nos revela que, na comunidade de Jesus, todos somos iguais, todos somos irmãos. Não importa a posição que uma pessoa ocupa na sociedade, nem quanto dinheiro tem no banco. O que importa é que todos somos filhos do mesmo Pai.
Eucaristia e compromisso social
Fazer memória da eucaristia é assumir hoje o modo de ser e agir de Jesus. Ora, Jesus dedicou todo o seu tempo e aplicou todas as suas energias para melhorar as condições de vida dos pobres e dos que viviam à margem da sociedade. A luta de Jesus tinha em vista restituir a dignidade a todo ser humano. Essa é a exigência que brota da eucaristia para nós hoje.
LITURGIA DA SEXTA-FEIRA SANTA
(Sugerimos, neste encontro, o uso do Missal Romano para seguir as várias partes da liturgia. Para as leituras, pode-se usar o Lecionário.)
Seguindo uma tradição muito antiga, a Igreja hoje não celebra a eucaristia, mas põe em destaque a proclamação da Palavra. Nesse dia, a comunidade cristã reúne-se não para vivenciar um funeral, mas sim a morte vitoriosa de Jesus Cristo.
A celebração da Paixão do Senhor compõe-se de três partes: liturgia da Palavra, incluindo-se a oração universal, adoração da cruz e comunhão.
a) Liturgia da palavra
A profecia de Isaías (Is 52,13-15; 53,1-12) apresenta-nos o servo sofredor, que é inocente, mas sofre as conseqüências de uma estrutura injusta da sociedade em que vive. Entretanto, é mediante o sofrimento do servo que o projeto de Deus terá sucesso. Esse servo é a figura de Jesus, que por sua paixão e morte alcança a salvação para todos. O salmo responsorial é tirado do salmo 31. O versículo 6 foi pronunciado por Jesus, na cruz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Com este versículo, escolhido como resposta da assembléia, a Igreja atribui a Cristo o salmo todo, descrevendo a sua paixão e seu completo abandono ao Pai.
O trecho da Carta aos Hebreus (Hb 4,14-16; 5,7-9) mostra-nos um Cristo obediente, que se torna causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
Aclamação ao Evangelho. Como preparação para ouvir o relato da Paixão, a assembléia canta parte do hino aos filipenses, na qual Jesus é exaltado e glorificado pelo Pai: “Foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou grande mente e o agraciou com o Nome que está acima de qualquer nome” (FI 2,8-9).
Leitura da Paixão segundo João (Jo 18 e 19). Em vez de acentuar os aspectos do sofrimento humano de Jesus, o quarto evangelho destaca os sinais da sua divindade e da sua glória. Jesus realiza a obra de salvação não como vítima impotente, esmagada sob o peso da cruz, mas na atitude soberana e nobre de quem conhece o sentido e o rumo dos acontecimentos e os aceita na liberdade. Para Jesus, a cruz não é uma fatalidade, mas um instrumento de redenção para todo o povo.
Solene oração dos fiéis. O formulário atual, composto de dez orações, tem sua origem antes do século quinto. Com algumas adaptações, conforme a linguagem e as necessidades atuais da Igreja e do mundo, a oração universal exprime verdadeiramente a abertura universal da comunidade cristã, consciente de que a salvação de Cristo é oferecida a todas as pessoas.
b) Apresentação e adoração da cruz
O rito da apresentação e adoração da cruz vem como conseqüência lógica da proclamação da paixão de Cristo. A Igreja ergue, diante dos fiéis, o sinal do triunfo do Senhor, que havia dito: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou” (Jo 8,28).
Enquanto apresenta a cruz, o celebrante canta três vezes: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. A assembléia, cada vez, responde: ”Vinde, adoremos!”. Durante a procissão da adoração, entoam-se cânticos apropriados.
c) Comunhão
Embora não haja celebração eucarística, os fiéis podem comungar das hóstias consagradas na missa da quinta-feira santa. Mesmo que seja feita fora da missa, a comunhão é íntima união com Cristo, que se oferece por nós em sacrifício ao Pai.
Durante a comunhão, é bom escolher um cântico apropriado à circunstância.
SEXTA-FEIRA SANTA E SÁBADO SANTO: ASPECTOS SIMBÓLICOS E PASTORAIS
Sexta-feira santa
A celebração da Paixão do Senhor desenrola-se em clima de recolhimento e respeito. Calam-se os instrumentos musicais. Evitem-se comentários longos, pois as orações e os elementos simbólicos falam por si.
Aspectos simbólicos e sugestões pastorais
Cor vermelha. A cor litúrgica da sexta-feira santa é o vermelho. Expressa a realeza de Cristo, vencedor da morte. O vermelho é também a cor do sangue dos mártires, e Jesus é o Mártir por excelência.
Prostração e silêncio. O presidente da celebração e os ministros dirigem-se ao altar em silêncio, sem canto. Feita a reverência ao altar, o sacerdote e os ministros se prostram. Esse gesto expressa profundo respeito diante do mistério da morte de Jesus e a tristeza dolorosa da comunidade cristã. Enquanto o sacerdote e os ministros estão prostrados, os fiéis permanecem ajoelhados e oram em silêncio.
Narrativa da Paixão. A história da Paixão segundo João é lida ou cantada por pessoas que fazem a parte do narrador, do povo e de Cristo (esta é reservada, de preferência, ao sacerdote). Eventualmente pode haver mais um leitor, para fazer a parte de outros personagens.
Adoração da cruz. Adoramos a pessoa de Cristo crucificado. Para esse rito, escolha-se uma das duas fórmulas apresentadas pelo Missal Romano. Sejam cantados tanto o convite feito ao mostrar a santa cruz (“Eis o lenho da cruz… “), quanto a resposta dos fiéis (“Vinde, adoremos!”). Observe-se também um instante de silêncio cheio de reverência depois de cada apresentação da cruz. É recomendável que cada fiel tenha a possibilidade de aproximar-se da cruz e expressar seu gesto de adoração.
Comunhão. Onde for possível, os fiéis comunguem das hóstias consagradas na missa da quinta feira santa.
Desnudamento do altar. Ao encerrar a celebração da Paixão do Senhor, faça-se o desnudamento do altar, colocando-se, porém, a cruz em lugar adequado, de modo que os fiéis possam contemplá-Ia.
Cânticos apropriados. Tenha-se o cuidado de escolher cantos que se refiram à Paixão do Senhor.
Via-sacra e outros exercícios de piedade. Por sua importância pastoral, que sejam valorizados os piedosos exercícios da via-sacra: procissão da Paixão e memória das dores de Nossa Senhora. Os dirigentes
podem aproveitar a ocasião para transmitir aos fiéis o sentido profundo da morte de Jesus, e incentivá-l os a participar também da vigília pascal, para que celebrem o mistério da ressurreição de Cristo.
Mensagem de esperança. Os responsáveis pela celebração da sexta-feira da paixão devem procurar transmitir ao povo sofrido uma mensagem de esperança e encorajamento, oferecendo-lhe perspectivas de ressurreição (“vida nova”).
Sábado santo
O Missal Romano apresenta o sábado santo como o dia em que “a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, e abstendo-se do sacrifício da missa, até que, após a solene vigília em que espera a Ressurreição, entregue-se às alegrias da Páscoa”.
O sábado santo, portanto, é considerado um dia “a-litúrgico”, isto é, sem celebração eucarística. É dia de respeito e meditação em torno do mistério que a Igreja acabou de celebrar na sexta-feira santa. É também o grande dia de Maria, a hora em que ela, mais uma vez, haverá de guardar “todas essas coisas, meditando-as em seu coração”. Por isso, mais que acentuar o luto pela morte de Jesus, os fiéis já começam a preparar-se para o que virá, com grande solenidade, na noite da vigília pascal: a ressurreição de Jesus.
VIGÍLIA PASCAL: PREPARATIVOS E SÍMBOLOS
A vigília pascal, que Santo Agostinho chamava de “a mãe de todas as vigílias”, vai da noite do sábado santo ao domingo da ressurreição. É uma vigília de oração em que os cristãos, vigilantes, aguardam o acontecimento central da história: a ressurreição de Jesus. Seu ponto mais alto é a celebração eucarística, que é o encontro com Cristo, o vencedor da morte.
O que é necessário preparar?
velas para que os fiéis acompanhem a procissão com o círio pascal;
pequena fogueira, fora da igreja, para a bênção do fogo novo;
turíbulo, no qual serão colocadas brasas tiradas do fogo novo; uma tenaz, ou instrumento adequado, para pegar as brasas e colocá-Ias no turíbulo;
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naveta com incenso;
círio pascal e estilete, o qual o sacerdote utilizará para gravar a cruz sobre o círio;
cinco grãos de incenso, que serão fixados nos pontos que representam as cinco “chagas gloriosas” de Cristo;
Missal Romano, com as fitas marcando as páginas da celebração da vigília pascal;
pia batismal e tudo o que se usa para o ritual do batismo, se houver batizado;
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·todo o necessário para a celebração eucarística; paramentos brancos para o sacerdote e os ministros.
Símbolos e gestos simbólicos
Os elementos simbólicos comunicam a riqueza e a importância da celebração:
o fogo novo, extraído da pedra, representa Jesus ressuscitado, a “pedra angular”, que, saindo do sepulcro de pedra, vence as trevas do mal e vai ao encontro de sua glória;
o círio aceso e a procissão dos fiéis ao seu redor indicam a presença de Cristo ressuscitado, iluminando e guiando a sua comunidade. Lembra a presença de Deus que, na coluna de fogo, vai adiante do povo de Israel, iluminando-o na escuridão da noite. Recorda também as palavras de Jesus: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). A primeira e a última letras do alfabeto referem-se a Cristo, princípio e fim de
tudo e de todos (o Missal Romano propõe as letras alfa e ômega do alfabeto grego); os algarismos do ano corrente apresentam o Redentor como Senhor absoluto da humanidade e dos tempos; os grãos de incenso, que se colocam nas quatro extremidades e no centro da cruz, representam as cinco chagas do Salvador;
o canto solene da Proclamação da Páscoa recorda a todo o povo as maravilhas da redenção realizada por Cristo;
as várias leituras da liturgia da Palavra dão-nos um panorama da história da salvação, salientando o amor de Deus pela humanidade e suas intervenções salvíficas, suas alianças desde a origem até a plenitude dos tempos, quando Jesus vem para dar cumprimento a tudo o que fora previsto desde os tempos antigos;
o batismo de uma ou várias pessoas. Com o batismo, inaugura-se a vida nova trazida por Cristo;
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a comunhão reforça nossa aliança com Deus;
os cânticos festivos, os aleluias, as flores e luzes em abundância, tudo indica que o clima é de alegria pela presença do Cristo ressuscitado entre nós.
VIGILIA PASCAL: DINÂMICA DA CELEBRAÇÃO
A liturgia da vigília pascal constitui-se de quatro partes:
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liturgia da luz;
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liturgia da palavra;
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liturgia batismal;
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liturgia eucarística.