O Papa Francisco, ao visitar os Campos de Concentração de Aushwitz-Birkenau, ficou em silêncio e recolhimento profundo diante dos sinais palpáveis do horror e da crueldade a que pode chegar o ser humano. O Diretor de Programas da Rádio Vaticano, Padre Andrzej Majewski, fez uma avaliação da visita do Santo Padre aos Campos de Extermínio:

“Parece que para a sua visita aos Campos de Concentração construídos na Polônia pelos nazistas alemães durante a II Guerra Mundial, o Papa escolheu o melhor modo de falar, isto é, o silêncio. O Papa falou com o silêncio. Mas o silêncio, para ser compreendido, requer tempo. Por isto esta manhã o Papa dedicou muito tempo à sua primeira primeira visita a estes locais. O fez para atravessar lentamente, e sozinho, o portão, que no alto tem a famosa inscrição: “Arbeit macht frei”, o trabalho liberta. Depois, para deter-se na Praça do Apelo, local onde no verão e no inverno centenas de prisioneiros eram mantidos por horas em silêncio. O Papa dedicou tempo também para saudar um grupo de sobreviventes de Aushwitz, um a um: entre eles, também uma senhora de 101 anos. E deixou uma vela acesa diante do muro, onde foram fuziladas milhares de pessoas. Por fim, o Papa Francisco, sempre em silêncio, deteve-se longamente na cela onde morreu São Maximiliano Kolbe”.

“Também a visita à Birkenau, o Campo pensado pelos nazistas como fábrica de morte, foi feita em silêncio. A bordo de um pequeno carro elétrico, o Papa percorreu o caminho que liga a rampa ferroviária, onde chegavam os trens cheios, sobretudo de judeus, para o seu último destino, os fornos crematórios, destruídos com a retirada dos nazistas para não deixar vestígios da sua obra diabólica. Em silêncio, o Papa passou diante das lápides que recordavam as vítimas de diversas nacionalidades. Por fim, sempre em silêncio, ouviu com os presentes as palavras do Salmo “De profundis”, cantada em hebraico e lida em polonês. Deixando Auschwitz, o Papa escreveu no Livro do Museu: “Senhor, tenha piedade de teu povo! Senhor, perdoa tanta crueldade”!.

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