Antes de emitir os votos perpétuos na Congregação do Verbo Divino (SVD), os missionários passam por várias etapas de formação que podem durar anos. A intenção é preparar bem os evangelizadores para servirem a Deus e ao povo. Uma dessas fases é o chamado juniorado, uma espécie de “estágio”, no qual os jovens verbitas têm mais contato com diversos campos de missão da SVD. Na Província Brasil Norte, existem três junioristas, como são chamados os que vivem essa experiência.

Alessandro Faleiro do portal SVD publicou uma série de reportagens apresentando três jovens que dedicam a vida ao anúncio do Evangelho. Os fráteres Dinailton Mendes, Agostinho Mevor e Walter Zarza falam um pouco da própria vida, dos projetos, de espiritualidade e contam o que os levou a deixar família e a terra natal para seguir os passos de Santo Arnaldo Janssen, o fundador da SVD.

Fráter Dinailton Mendes quer uma Igreja para todas as idades

A primeira parte da série “Jovens Missionários” conta um pouco da história do fráter Dinailton Mendes de Souza, 35 anos. Ele nasceu em Serrolândia, Bahia, e chegou há pouco de Gana, África Ocidental. Atualmente ele mora na Paróquia do Divino Espírito Santo, em Santa Leopoldina-ES, região que acolheu os primeiros missionários verbitas no Brasil, há 121 anos.

Como é costume na Congregação, depois de dois anos dos estudos de Teologia no Itesp, em São Paulo-SP, Dinailton trancou o curso para viver uma experiência missionária. Os formandos podem escolher ir para o exterior, durante dois ou três anos, ou ficar um ano no Brasil, para o programa de regência.

“Nestes primeiros momentos, estou observando, visitando, conhecendo e interagindo com as pastorais, os grupos, as famílias das comunidades da paróquia e acompanhando a pastoral da juventude e o círculo bíblico, sobretudo participando dos momentos celebrativos com o Povo de Deus”, conta. Dinailton é orientado pelo verbita padre Carlos Vieira de Lima, conforme as normas da Congregação.

Inspiração nos verbitas

Ao contar o motivo pelo qual decidiu entrar na SVD, Dinailton recorda as atividades dos missionários verbitas desenvolvidas em Serrolândia, sua paróquia de origem. “A maneira de anunciar, escutar e vivenciar a Palavra do Verbo Divino Encarnado no nosso meio… Fui crescendo no novo jeito missionário de ser Igreja.” Ele conta que a diversidade cultural dos religiosos que viviam numa mesma comunidade também chamou sua atenção. Em sua terra natal, o fráter conheceu verbitas da Polônia, da Indonésia, da Colômbia, das Filipinas, além dos brasileiros.

Experiência em Gana e no Brasil

Fráter Dinailton explica que a prática missionária é fundamental para a formação de um verbita. Quando chegou o momento, o religioso pediu para ser enviado a Gana. O motivo foi o desejo de estar em um país do continente africano e por saber que aquele povo faz parte da história cultural brasileira.

“Escolhi Gana com um objetivo: experimentar um pouco da vida cotidiana de seu povo, nas diversas formas de manifestações de sua cultura, costumes, línguas tradicionais e dialetos locais. Enfim, pelo o seu jeito de celebrar a vida na presença de Deus Uno e Trino, pelo seu jeito diferente e tradicional de ser Igreja missionária”, conta.

E o jeito do povo ganês realmente encantou o fráter. Para ele, foi uma oportunidade única de experimentar Jesus presente no meio da gente simples e humilde. “Um povo que, na sua simplicidade, no seu jeito de ser, ao celebrar a vida e a morte, nos revela momentos de dores e de alegrias. Mas, sobretudo, um povo que, nos momentos difíceis da caminhada, nos ensina a ser fortes e felizes na missão”, relata.

Ao falar por que escolheu trabalhar também no Brasil, o verbita relata que ficou atraído pelo jeito próprio de o Brasil ser Igreja e pelo trabalho da SVD nas paróquias de periferias de grandes cidades e no interior. “E como vem anunciando a Palavra de Deus junto aos pobres, excluídos e marginalizados pela sociedade e que ainda não ouviram a voz do Verbo Divino”, acrescenta.

Abertura para no novo

Um dos grandes desafios missionários no Brasil, segundo Dinailton, é ter uma vida de oração e vibrante, com abertura para o novo e construir uma Igreja que seja para todas as idades. “Evangelizar e anunciar Jesus para uma juventude que pensa diferente e que está em outros e diversos mundos da nova tecnologia, ou seja, concretizar o chamado de ser discípulo missionário e atualizar o projeto de vida missionária de Jesus Cristo para todos.”

O religioso dá um conselho aos jovens interessados em ser missionários verbitas. Ele recomenda que vivam e cultivem constantemente uma espiritualidade em comunhão com Deus Uno e Trino e estejam ao lado do povo.

A pretensão de Dinailton é continuar na caminhada missionária verbita. Ele espera terminar os estudos de Teologia e seguir no trabalho de evangelização.

Agenda dos Encontros Vocacionais 2016

SERIE

Edição para SVD-Esdeva: Alessandro Faleiro Marques – Fotos: arquivo pessoal do Fr. Dinailton Mendes, SVD. Arte Fabio Fajardo