“Dou-vos um novo mandamento: amaivos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13,34). 

Hoje logo cedo recebi o pedido de uma amiga, para que façamos uma corrente de oração pelos irmãos Venezuelanos, que passam por um momento histórico sofrido e de muita luta por seus direitos.

A semana toda, nas redes sociais nos deparamos, com  indignações e manifestações contra a violência que é cometida contra a mulher, seja ela física, psicológica, emocional, sexual, etc.

Vítima se torna culpada, o que eu sei da vítima para julgá-la? E mesmo que soubesse o que fiz para mudar esta realidade?

Infelizmente, culturalmente vivemos em uma sociedade machista, onde os pais conversam (ou deveriam) com as filhas, mas não com os filhos, pois estes precisam mostrar sua masculinidade, ser o “pegador”, como se diz na gíria dos jovens.

Pois bem, meus caros, sugiro que possamos refletir, porém, principalmente, agir.

 A sociedade é um sintoma daquilo que cada um de nós vive e orienta dentro de casa, no local onde a criança tem sua primeira experiência de sociedade. Se vivermos sem diálogo, compreensão, amor, atenção, limite, entre outros; independente do sexo, raça, ideologia, etc., será o que ela terá para oferecer ao mundo. Caso contrário, sempre culparemos o externo, a sociedade, os amigos e nunca olharemos para nossos próprios umbigos.

Toda tolerância, que é a capacidade de coexistir sem ignorar as diferenças. È entender que o outro não é você, e sendo assim, vai ter seu próprio modo de pensar e agir, mas nem por isto é seu inimigo. A intolerância é parte daquilo que Sérgio Buarque de Holanda chama de “cordial” no sentido de ódio e preconceito, que vem do coração como a hospitalidade e simpatia.

Isso nos impõe a uma “forçada” convivência com as diferenças, com os que pensam de maneira inversa a nós, e para que esta convivência seja pacífica e possamos seguir o mandamento, necessitamos reaprender a amar, um amor incondicional, sem hipocrisias ou regras. Digo sempre que estamos colocando uma vírgula onde não existe o mandamento é “ amai-vos uns aos outros, como eu vos amei; e não “amai-vos uns aos outros, mas se forem do jeito que eu quero”, não lembro desta passagem na Bíblia.

Para que possamos coexistir e viver harmonicamente como uma sociedade civilizada e racional. Precisamos reaprender a amar. Assim como no mandamento.

O que você pode fazer para que tenhamos esta sociedade? Já ouvi que isto é utopia, um sonho que não é possível realizar. Discordo, Deus confia em nós para que possamos reconstruir o mundo, os valores, a forma de amar ao próximo, Ele deixou pistas através de parábolas, muita sabedoria e humildade. Peçamos a Ele que nos oriente e oremos pela paz mundial, mas jamais nos esqueçamos de fazer a nossa parte. Acredito que a sociedade deva organizar-se de tal maneira que todos devam sentir-se incluídos. Daí nasce a paz.

LARA REISLara Reis

Psicologa e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional 

larinha.psi1971@gmail.com