Os seres humanos são criados de tal forma que precisam de algo que lhes confira o sentido de sua própria vida. Não somos suficientes a nós mesmos, estamos sempre buscando algo mais. E vários sentidos de vida nos são propostos hoje pelo mundo. O sentido de ser um profissional de sucesso, o de ter bastante dinheiro, de viver uma vida de prazeres sem limites e vários outros. Passamos, então, a vida inteira servindo essas causas e muitas vezes elas vão se distanciando cada vez mais. E se chegam algum dia a realizar-se, mostram-se ainda como insuficientes.
Uma causa pode ser vista como uma missão. Existe algo que consideramos importante de ser realizado e nos dedicamos a essa missão com todos os esforços que lhe são necessários. É razoável pensar que uma missão maior, exigirá maiores esforços. Há um ditado que diz o seguinte: “A medida da grandeza de sua vida é a medida da causa a que serve”. Poderíamos dizer, de outra maneira, que quanto maior a missão a que te dedicas, maior o sentido da sua vida. Existirá uma causa, ou uma missão, pela qual realmente valha a pena entregar a vida?
Porque se pensamos bem, todas as causas que nos propõe o mundo nos exigem uma espécie de entrega total. Por exemplo, se colocamos como nossa missão o fazer muito dinheiro, isso provavelmente consumirá todas as nossas energias, nos “obrigará” a uma espécie de dedicação exclusiva. Da mesma forma se colocamos como meta o ser famoso. Faríamos o que fosse necessário para tal. E sempre se pode ser um pouco mais famoso, ou seja, passaríamos a vida toda em uma causa que não se completaria.
“A missão de Jesus, que é recebida e continuada pela Igreja, nunca termina em um só indivíduo”.
No mês de outubro, a Igreja refletiu de maneira especial em uma causa. Jesus, com suas palavras e obras nos deixou a maior das causas, a maior das missões. Qual? A da nossa salvação. Essa missão é essencialmente diferente de todas as outras que nos são propostas pelo mundo porque ela o transcende. A nossa salvação não visa uma vida mais ou menos cômoda ou famosa nesse mundo, mas a felicidade (ou a infelicidade) eterna. Trabalhar por nossa salvação é, se pensarmos bem, a única e verdadeira causa pela qual tem sentido uma entrega total da vida. Porque, como já nos disse as Sagradas Escrituras, de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
Talvez alguém poderia dizer que prefere passar a vida inteira sem se comprometer com nenhum tipo de missão, nenhuma causa. Assim, supostamente, teria mais tempo para si próprio, para fazer o que quiser sem se preocupar com o resto do mundo. E é verdade que essa é uma opção, mas o que essas pessoas podem estar deixando escapar é o fato de que esse tipo de vida é, também, uma causa. A própria causa, uma causa egoísta e individualista. Aliás, essa é uma das causas que parece ter mais adesão atualmente. E ela também exige uma entrega total, uma dedicação exclusiva.
A missão de Jesus, que é recebida e continuada pela Igreja, nunca termina em um só indivíduo. Porque ao trabalharmos pela nossa salvação, nos damos conta que parte fundamental dessa missão é o sair ao encontro dos demais que precisam de um sentido último para suas vidas, algo que realmente seja capaz de preencher suas existências de forma eficaz e feliz. Um cristão fechado não é um cristão em missão. E um cristão que não está em missão, será realmente cristão? Por isso, o mês das missões acaba, mas a nossa missão está sempre esperando homens e mulheres corajosos e generosos em sua entrega, dispostos a tudo por essa que é a maior de todas as causas.
Ir. João Antônio
Leigo consagrado do Sodalício de Vida Cristã.
Estudante de filosofia em vistas ao sacerdócio.
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